An early turning point? / Uma viragem antecipada? [Eng-Pt]
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Last Sunday, the Portuguese legislative elections, also known as the elections to the Assembly of the Portuguese Republic, took place in Portugal. They were held to elect the 17th legislature of the Third Portuguese Republic.
The Third Republic, also known as Portuguese Democracy or the Portuguese Republic, covers the period after the Revolution of April 25, 1974, which put an end to the Estado Novo of Marcello Caetano and Oliveira Salazar.
At the time of the Estado Novo, not all Portuguese citizens had the right to vote. And the elections themselves were not considered free, as parties not approved by the government could not be elected, having replaced the Monarchy. They were in force for 41 years, from the 1933 Constitution until their overthrow, as I have already mentioned, on April 25, 1974.
In the governments that have taken office over these 50 years of democracy, despite alternating between the Democratic Left and Right, they have always been from parties considered moderate, or tending towards the Center.
With the exception of the government formed by former Prime Minister António Costa, in which an alliance was formed between the other parties on the left of the arc of governance, namely between the Socialist Party, the Left Bloc and the Portuguese Communist Party, Portugal had only known something like this in coalitions that were made between the most voted parties, or in pre-election agreements. What happened then, in 2015, in order to be able to overthrow the party that had received the most votes and which until then had been the government, called Portugal à Frente (an alliance between the Social Democratic Party and the Popular Party), which obtained a relative majority, but was not supported by the other parties, ended up not being able to form a government, and the solution was designated by then President Anibal Cavaco Silva.
In my opinion, all this turmoil in the national government has opened Pandora's box. The party or parties that won the most votes failed to form a government, with a relative majority and coalitions of parties on the left forming a government.
This governing solution was being dissolved due to disagreements between the PS and the other two left-wing parties. This led to a new election, won by the PS with an absolute majority. We were then in a period of grace for the Socialist Party. A few years later, that same government, with a parliamentary majority, fell due to the alleged involvement of the prime minister and scandals involving some ministers, which greatly weakened the position of the more moderate parties in our national politics.
In 2019, a populist, right-wing, conservative and patriotic party emerged on the national scene under the name “Chega”. Some militants from both the Social Democratic Party and the Portuguese People's Party were part of its genesis. They also have economic liberalism as one of their pillars, but it doesn't seem to be quite the guidelines they normally follow, with the ideal of a more interventionist, controlling and less permissive state in the face of global economies, more protectionist.
This party, which at first didn't have many sympathizers, as it was historically more associated with other totalitarian movements, ended up conquering its own space. In last Sunday's elections, they became the second most voted party, gaining ground on the Socialist Party, which was relegated to third place, with only 58 deputies, the same as Chega had. The votes from the European and Non-European polling stations are still to be counted to finalize the allocation of all parliamentary seats. The PS went from 1,812,469 votes in 2024 to 1,394,501 votes... And Chega, from 1,169,836 votes, now has 1,345,689 votes... part of these votes certainly migrated from the PS, which failed to convince the electorate of its proposal for governance.
The whole of Europe is changing political course. A shift to the right, but not a moderate one, is happening everywhere. It's not a local political phenomenon, but the new paradigm. Do citizens no longer believe in the proposals of other, more moderate parties? There will always be room for democracy to establish new forces of governance. I believe that nothing is lost or won. It's just that the votes of Portuguese voters have determined a new configuration of the political colors of the parliamentary hemicycle.
Let's see what opposition the new and strengthened far-right party will bring to government stability, and what proposals it will bring to the vote of the other parties with parliamentary seats.
Cheers🍀
Este Domingo passado, decorreram em Portugal as eleições legislativas portuguesas, também designadas de eleições para a Assembleia da República Portuguesa. Foram realizadas para eleger a XVII legislatura da Terceira República Portuguesa.
A Terceira República, também é designada como Democracia Portuguesa, ou República Portuguesa, compreende o período após a Revolução do 25 de Abril de 1974, que veio a por a fim ao Estado Novo de Marcello Caetano e de Oliveira Salazar.
Nessa altura, do Estado Novo, nem todos os cidadãos portugueses tinham o direito de voto. E as próprias eleições não eram consideradas livres, pois não poderiam ser eleitos partidos não aprovados pelo Governo, tendo vindo a substituir a Monarquia. Vigoraram durante 41 anos, desde da Constituição de 1933 até ao derrube como já o referi, no dia 25 de Abril de 1974.
Nos governos que tomaram posse ao longo destes 50 anos de Democracia, estes apesar de alternarem entre a Esquerda e Direita Democrática, sempre foram de partidos considerados moderados, ou tendencialmente de Centro.
Exceptuando o Governo formado pelo antigo Primeiro Ministro António Costa, onde foi formada uma aliança entre os demais partidos à esquerda do arco da governação, a saber, entre o Partido Socialista, Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, Portugal só tinha conhecido algo do gênero em coligações que foram feitas entre os partidos mais votados, ou em acordos pré-eleitorais. O que aconteceu então, em 2015, para poder derrubar o partido mais votado e que até então era Governo, designado por Portugal à Frente (aliança entre o Partido Social Democrata e o Partido Popular), que obtiveram a maioria relativa, mas não tendo sido apoiados pelos demais partidos, acabaram por não conseguir formar governo, tendo sido a solução designada então por o então Presidente Anibal Cavaco Silva.
Toda esta agitação do panorama governativo nacional, no meu entender veio a abrir a caixa de Pandora. O partido, ou partidos mais votados, não conseguiram formar governo, sendo uma maioria relativa e das coligações dos partidos à esquerda a formar governo.
Esta solução governativa, vinha a ser dissolvida, por desentendimento entre o PS e os outros dois partidos mais à esquerda. Tendo levado a um novo acto eleitoral, ganho então pelo PS com maioria absoluta. Estávamos então num período de graça do Partido Socialista. Alguns anos depois, esse mesmo governo, com maioria parlamentar, viria a cair, por alegados envolvimentos do primeiro ministro, e escândalos envolvendo alguns ministros, o que fragilizou e muito a posição dos partidos mais moderados na nossa politica nacional.
Surgiu em 2019, no panorama nacional um partido de ideologia populista, de direita nacional, conservador e patriótico com o nome de "Chega". Na sua gênese tiveram parte alguns militantes quer do Partido Social Democrata, quer do Partido Popular Português. No seu fundamento têm também o liberalismo econômico como um dos seus pilares, contudo não parece ser muito bem as linhas orientadoras que seguem normalmente, tendo como ideal um Estado mais interventivo, controlador e menos permissivo perante as economias globais, mais protecionista.
Este partido, que de inicio não acolhia muitos simpatizantes, pois historicamente estava mais associado a outros movimentos totalitários, acabou por conquistar o seu próprio espaço. Nestas eleições do passado Domingo, tornaram-se o segundo partido mais votado, conquistando terreno ao Partido Socialista, que ficou renegado para o terceiro lugar, com apenas 58 deputados, os mesmos que o Chega teve. Faltando ainda os votos das mesas eleitorais da Europa e de Fora da Europa para concluir a atribuição de todos os assentos parlamentares. O PS passou de 1.812.469 votos em 2024 para 1.394.501 votos... E o Chega de 1.169.836 votos passou a contar com 1.345.689 votos... parte desses votos certamente que migraram do PS que não conseguiu convencer o eleitorado da sua proposta de governação.
Toda a Europa está a mudar de curso político. Uma viragem à direita, mas não a moderada está a acontecer por todo o lado. Não é um fenômeno político local, mas sim o novo paradigma. Será que os cidadãos já não acreditam nas propostas de outros partidos mais moderados? Haverá sempre espaço para que a Democracia estabeleça novas forças de governação. Acredito que nada está perdido ou ganho. Apenas que os votos dos eleitores portugueses determinaram uma nova configuração das cores politicas do hemiciclo Parlamentar.
Vamos ver que oposição o novo e reforçado partido de Extrema Direita trará para a estabilidade governativa, e que propostas irá trazer para votação dos demais partidos com assento parlamentar.
Bem Hajam🍀
Source:
https://www.eleicoes.mai.gov.pt/legislativas2024/resultados/globais
https://www.legislativas2025.mai.gov.pt/resultados/globais
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Obrigado por promover a Língua Portuguesa em suas postagens.
Vamos seguir fortalecendo a comunidade lusófona dentro da Hive.
I tried to understand what happened politically in Portugal, after Sunday's election. Your historic context and the coverage of the last few governments has helped me to put this news into a more historic perspective. The turn to more extreme populist right all around Europe is concerning. We truly live in turbulent times, with some historic shifts afoot. Thank you for making a post about this, @xrayman!
And much more to come. Let's see what president is elected in Poland on the 1st June...
The only thing that I hope, is that shift for the far right populist wouldn't lead us to a worst society, with more aggression and less justice.
Thank you for taking time to read this post, my friend!